quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Governo atrasa repasse e prejudica triticultores

A falta de pagamento do prêmio para escoamento do produto (PEP) - diferença entre custo de produção e o valor pago pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), - está prejudicando o setor produtivo do trigo: produtores de grãos, cooperativas e moinhos, o que a curto prazo vai onerar o consumidor.

“O Governo não ressarci, provocando o desequilíbrio de toda a cadeia produtiva e ainda compromete a safra futura”, disse o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), quarta-feira, 4, no Plenário da Câmara ao fazer um apelo ao ministro da Agricultura para que busque recursos para este pagamento.

O ressarcimento dessa diferença está previsto desde o início da década de 90, com a criação do programa. Com o início da safra agrícola nos meses de julho e agosto o problema se acirra, sobretudo porque o trigo brasileiro está em crise, ainda mais com a concorrência predatória da farinha de trigo da Argentina, que acaba com o setor produtivo.

O prazo para pagamento do prêmio expirou no último dia 30 de julho. “É preciso cumprir o Orçamento federal, ressarcir os produtores de grãos (arroz, milho, feijão, trigo) para garantir o abastecimento da nossa população”, afirmou o deputado. Ele afirmou ser um engodo anunciar grandes números, em grandes comerciais e no dia a dia a atividade de fomento e de estímulo à produção brasileira não funciona.

Safra Mercosul

Para a temporada 2010/2011, o Brasil prevê uma produção de 5 milhões de toneladas. Na Argentina, cuja produção é esperada para o fim do ano, a estimativa é de 12 milhões de toneladas. O Brasil consome, por ano, cerca de 10,5 milhões de toneladas do cereal. Já a Argentina, que deve disponibilizar para exportação de três a cinco milhões de toneladas do produto, o consumo anual é de seis milhões de toneladas. O Uruguai deve comercializar este ano, 1,8 milhão de toneladas do grão e o Paraguai aproximadamente 400 mil toneladas.

Fonte: Jornal Novo Tempo

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