sábado, 28 de agosto de 2010

Projeto de Hauly defende controle da publicidade para público infantil


Manifesto que acaba de ser lançado na internet já recolheu milhares de assinaturas pedindo a extinção da publicidade para o público infantil. Porém, desde 2001 o deputado federal Luiz Carlos Hauly tenta aprovar no Congresso Nacional projeto de lei de sua autoria para disciplinar com rigor a publicidade voltado para as crianças. Devido à pressão de grupos de comunicação e também de grandes empresas, a tramitação do projeto segue vagarosa pelas comissões da Câmara Federal.

Para Hauly, pais, educadores e tantas outras pessoas preocupadas com o futuro das crianças brasileiras devem se posicionar contra as campanhas de propagandas que exploram o imaginário ingênuo das crianças. “A propaganda abusiva tem afetado em muito crianças e também os adolescentes, despertando o consumismo desenfreado, vício em álcool e cigarro, e também a descoberta precoce da sexualidade”, explica.

Como conseqüência da massificação da publicidade para o público infantil, conforme Hauly, acaba-se estabelecendo uma disputa acirrada entre os filhos (que passam a pedir todo tipo de presentes e objetos) e os pais ( que precisam aprender a dizer não ao consumismo desenfreado).
O deputado cita como exemplo pesquisa que mostra que os chamados consumidor-mirins
interferem em até 70% na compra do supermercado do mês.

“Eles dão palpite desde os essenciais aos supérfluos. Não haveria problema se o resultado não fosse catastrófico: obesidade infantil, erotização precoce, consumo precoce de tabaco e álcool, stress familiar, banalização da agressividade e violência”, advertiu.

Pesquisa divulgada recentemente mostra que 73% dos pais concordam em restringir a publicidade voltada ao público infantil. As principais justificativas dos entrevistados para a restrição às propagandas são o consumismo infantil, a incitação a má alimentação, ao sexo e à violência. Cerca de 70% dos pais entrevistados afirmaram serem influenciados pelos filhos na hora da compra. A pesquisa, mostra ainda que para os pais o maior influenciador dos pedidos dos filhos são as propagandas (38%). Em seguida estão os personagens de filmes ou de programas de TV (18% e 16%, respectivamente).

“Seria necessário que não houvesse hoje publicidade que falasse diretamente à criança. A influência sempre vai ser muito grande. É uma verdadeira covardia endereçar mensagens comerciais pedindo às crianças que comprem, que consumam serviços, muitas vezes produtos alimentícios, porque elas não conseguem fazer uma análise crítica como os adultos", avalia Isabella Henriques, coordenadora do Projeto Criança e Consumo do Instituo Alana. Ela cita como exemplo países como Suécia e a Noruega, onde a publicidade na televisão voltada ao publico infantil foi totalmente proibida.

Para Hauly, a sociedade como um todo precisa ser conscientizada de que a defesa da vida com dignidade passa também pela proibição da propaganda abusiva voltada para crianças e adolescentes.

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