
Hauly destaca interdição de fiscais do trabalho em plataforma da Petrobras
Brasília (10) – Enquanto o mundo se preocupa com os acidentes ambientais em decorrência da exploração de petróleo em águas profundas, o Brasil despreza o risco da atividade e não injeta recursos em segurança. A avaliação é do deputado Luiz Carlos Hauly (PR), que lamentou a notícia de interdição feita pelo Ministério do Trabalho na plataforma da Petrobras P-33.
Economista, Hauly afirma que o governo federal não adota providências preventivas. "Tem ficado claro que o presidente brasileiro é um falastrão. O Governo fala muito, mas não faz nada. É uma característica do PT não tomar providências preventivas. Isso acaba colocando em dúvida o projeto do Pré-sal e traz risco à Petrobras."
Na terça-feira passada, fiscais do trabalho interditaram três filtros de compressão de gás (equipamentos que bombeiam gás para terra firme). As condições na plataforma P-33, segundo teria constado a auditoria, são precárias, "capazes de provocar acidentes de grandes proporções". A Petrobras, no entanto, obteve na Justiça liminar permitindo o religamento das instalações.
O pedido de interdição da plataforma ocorreu após denúncia do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense feita ainda no ano passado. De acordo com o sindicato, a situação da P-33 é mais grave, mas todas as 30 plataformas da Bacia de Campos carecem de reforma urgente.
Hauly mostra preocupação porque, segundo ele, o Brasil não dispõe de um plano nacional para conter vazamento de petróleo. Além disso, ele considera um equívoco o discurso do governo de que o País sabe a receita para tudo e os estrangeiros não têm experiência. "Trata-se de uma postura arrogante, uma soberba inadmissível".
A preocupação com segurança em extração de petróleo em águas profundas aumentou com o acidente no Golfo do México, considerado o pior acidente ambiental da história dos Estados Unidos. Em abril, uma explosão em um poço ligado à plataforma Deepwater Horizon espalhou no mar 4,9 milhões de barris de petróleo.
De acordo com o deputado, o nível de dificuldade de exploração de petróleo da camada pré-sal é superior ao do resto do mundo. "No acidente do Golfo do México, a British Petroleum perfurava a dois mil metros de profundidade. No caso do pré-sal, a exploração ocorrerá a sete mil metros. Esse governo falastrão age de forma predatória e irresponsável".
Como prova da falta de preparo, um fato de pouca repercussão, mas de enorme preocupação, na avaliação de especialistas, aconteceu no poço de Libra, na Bacia de Santos. No mês passado, houve desmoronamento na perfuração de uma área de sal, o que teria provocado um prejuízo de US$ 30 milhões, segundo informações da Agência Nacional de Petróleo (ANP).
Neste domingo, outro fato voltou a preocupar. Praias do litoral do Rio de Janeiro foram atingidas por uma mancha de óleo. Mas nem a Marinha, nem a Petrobras sabem a origem do vazamento. A mancha afetou pelo menos cinco praias de Arraial do Cabo e de Cabo Frio, na Região dos Lagos.
Fonte: Agência Tucana
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