sábado, 28 de agosto de 2010

Lula ataca minoritários da Petrobras


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva resiste à possibilidade de aceitar o preço de US$ 8,50 para cada barril que a União usar na capitalização da Petrobras. Segundo a Folha apurou, Lula prefere um valor próximo a US$ 10.

Segundo lei aprovada pelo Congresso, a União está autorizada a dar 5 bilhões de barris do pré-sal como sua contrapartida no aumento de capital da estatal.
Lula já havia rejeitado a primeira avaliação de laudo encomendado pela Petrobras, que cotou cada barril do governo de US$ 5 a US$ 6.

O laudo da ANP (Agência Nacional do Petróleo) avaliou o mesmo barril entre US$ 10 e US$ 12. Segundo relato de um técnico envolvido nas negociações, o governo vai fixar um número mais próximo ao da ANP.

Em reuniões nos últimos dias, a área técnica do governo chegou a estimar cada barril na casa dos US$ 8. Nas simulações mais recentes, apareceram valores entre US$ 8,20 e US$ 8,50.

Mas Lula, nas palavras de um auxiliar direto, acha pouco e resiste aos US$ 8,50. O número final ainda não foi apresentado ao presidente.

A ANP vem defendendo publicamente uma cotação mais alta: cerca de US$ 9.

PODER DE FOGO

Quanto maior o valor do barril, mais difícil para que acionistas minoritários acompanhem a União na operação de aumento de capital da Petrobras.

Quanto menor o valor, menos poder de fogo tem o governo federal, que é o acionista majoritário da companhia estatal, para abocanhar fatia maior da empresa.

Hoje, a União detém 32% do capital total da empresa. Entre as ações com direito a voto, o governo possui maioria, o que lhe dá o direito de controlar a empresa: 51%.

A intenção de Lula é aumentar a fatia da União para além dos 32% do capital total. A expectativa é chegar à casa dos 40%.

Há entraves para a realização da capitalização da Petrobras na data marcada, 30 de setembro. Além do preço do barril, uma avaliação política tem pesado na decisão de manter ou não o cronograma original. Uma ala do governo defende que a capitalização aconteça somente depois de 3 de outubro, o dia do primeiro turno das eleições.

Na opinião desse grupo, com a possibilidade de vitória de Dilma Rousseff (PT) no primeiro turno, haveria maior interesse privado na capitalização da empresa. Afinal, Dilma, quando ministra da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da Petrobras, foi a principal responsável pelo projeto de capitalização da estatal.

A Petrobras tem insistido em manter a data de 30 de setembro porque está preocupada em arregimentar recursos para sustentar seu plano de investimento para o período de 2011 a 2014, de valor acima dos US$ 200 bilhões.

Nos bastidores, o governo promete uma decisão final até depois de amanhã.

Fonte: folha.uol.com.br

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